Translate

Número total de visualizações de páginas

domingo, 22 de fevereiro de 2009

O legado do Dr. Savimbi aos Angolanos

Em 22-02-2002 morria em combate o líder carismático da U.N.I.T.A, o Dr. Jonas Malheiro Savimbi.

Passaram-se sete anos desde a sua morte, e os angolanos questionam-se em relação as mudanças, que o poder político em Angola, implantou na melhoria das suas vidas.

Nos primeiros anos, o partido da situação justificou a sua ineficácia governativa com o pesado fardo da guerra e as suas consequências, apelando para a paciência dos cidadãos, no que diz respeito a reconstrução nacional e a necessidade de captar os elevados meios financeiros para tal objectivo.

Não foi preciso muito tempo, e com os biliões de dólares vindo da China, o aumento da produção do petróleo e a alta dos preços do barril de petróleo no mercado internacional, com a produção diamantífera num crescimento surpreendente, o governo projectava grandes obras e anunciava ao povo, que finalmente o país caminhava para o desenvolvimento, usando os valores macro económico com sabedoria e como bandeira internacional, impressionando o mundo com o PIB a dois dígitos.

Foi assim, que em Setembro de 2008, O MPLA ganhava as eleições com larga vantagem, «acantonando» o maior partido da oposição na Assembleia Nacional.

Eis que, no início de 2009, os cidadãos começam a ouvir e a ler notícias preocupantes em relação a desaceleração da economia, a entrada de mais um bilião de dólares da China para a reconstrução nacional, a diminuição de receitas petrolíferas e a consequente alteração do OGE e do Plano, atendendo que o preço do petróleo não podia ser à 50 USD/ barril, mas sem sabermos qual foi o novo preço fixado. As reservas de divisas também baixaram, sem saber-se quanto…, que há problemas na produção diamantífera, ao ponto do governo ter que intervir directamente no sector e finalmente o Senhor Presidente da República, convoca o Conselho de Estado para falar sobre a influência da crise internacional na economia angolana (pena foi que não colocasse na agenda as eleições presidenciais para o corrente ano).

A perspectiva, é que o Governo Angolano vai investir na produção fora da área petrolífera, na agricultura, pescas, indústria, no comércio geral, numa época de «vacas magras», apoiando com linhas de crédito o empresariado nacional, para diminuir a importação e aumentar nesses sectores a exportação.

Enquanto isso, no âmbito de uma transparência recomendável, incentiva-se os concursos públicos em detrimento das adjudicações directas ruinosas e pouco se fala, aonde foram aplicados os fundos de petróleo, na época alta e quanto é que terá perdido a Sonangol nos investimentos no estrangeiro, como foi a compra das acções do BCP e porque é que vai ficar com a posição deste banco no projecto da Baía de Luanda, que sempre se disse, ser um investimento totalmente privado e de rentabilidade assegurada pelos privados, ou seja, porque razão não temos uma empresa de bandeira como a Sonangol, a investir em Angola na diversificação da produção, com parceiros Angolanos, mas antes a «esbanjar» biliões de dólares por aí!

O legado que o Dr. Savimbi deixou aos Angolanos, foi no essencial a possibilidade que o cidadão teria em questionar quem governa, mal ou bem, no intuito de melhorar a vida dos angolanos. Com a morte em combate do Dr. Savimbi, os angolanos pela via política e eleitoral, por sufrágio directo e universal, elegem os deputados propostos pelos partidos, o Presidente e os autarcas, que melhor defendam os seus interesses e assegurem um estado de direito e democrático.

O Dr. Savimbi era um revolucionário idealista que acreditava na sua luta por uma Angola para os Angolanos! A divulgação das ideias, o pluralismo e o respeito pelas minorias, são valores a serem defendidos por todos aqueles que não se deixam subjugar por maiorias eleitorais, num quadro em que a sociedade civil tem que crescer e amadurecer, para ser o substrato da democracia e do estado de direitos em Angola.

O ideal, seria que os eleitores votassem num candidato de consenso nas próximas eleições presidenciais, transformando uma derrota numa vitória nacional. Desta forma, cumpria-se mais um indicador do legado do Dr. Savimbi aos Angolanos.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

A economia angolana em contracção por causa do preço do petróleo

O Ministro do Petróleo Angolano afirmou que « o preço do barril de petróleo nos 75 dólares "já era muito bom", sublinhando que o preço actual, cerca de 40 dólares, "não permite levar a cabo os investimentos e os projectos, bem como manter todos os programas de aumentar as capacidades de reservas».

Angola que produzia uma média de 1,9 milhões de barris/dia e cortou a produção em cerca de 250 mil barris/dia e de acordo com o memorando Económico para Angola apresentado pelo Banco Mundial, o país vai ter dificuldades de crescimento e de melhoria das condições de vida dos angolanos.

A não diversificação da economia fora dos sectores minerais e as falhas na melhoria do bem-estar dos angolanos, com prioridades mal definidas numa economia de mercado em transição e um poder político que ainda não conseguiu desprender-se de «vícios de falta de transparência», são algumas das razões que levarão ao não cumprimento das promessas eleitorais, tais como, os milhares de empregos e de casas, o investimento contínuo em infra-estruturas básicas etc.

A economist Intelligence Unit ( EIU ) no seu relatório sobre a economia angolana aponta claramente, que apesar do aumento da produção e do preço do petróleo e o grande fluxo de investimento estrangeiro, o governo não consegue ultrapassar as dificuldades que tem, em colocar a economia num crescimento desejável e espelhado no último OGE e por isso, o PIB real pode ser negativo. Depois de um PIB que rondou os 13,2% no ano transacto, em 2009 pode ser negativo em 2,3%.

Mais do que não crescer economicamente, Angola está sob o risco de ter um desenvolvimento humano adiado, a espera quiçá, que surja no horizonte um Presidente capaz de elevar o nível de vida dos angolanos.

Carlos Lopes