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segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

O Dr Savimbi morreu a 9 anos



O Dr. Jonas Savimbi, Líder carismático Angolano e fundador da UNITA, nasceu e morreu no interior profundo de Angola.

Em vida, percorreu os corredores do poder internacional, divulgando e angariando apoios para a luta que os Angolanos travaram, primeiro contra o colonialismo português e depois contra o despotismo do MPLA no poder desde a independência de Angola.

Os simpatizantes, militantes e dirigentes da UNITA desencadearam em território nacional uma guerra civil, que terminou com a morte em combate do Dr. Savimbi em Lucusse na fatídica data de 22 de Fevereiro de 2002.

Os angolanos acreditaram que tinha chegado o momento da reconciliação, da reconstrução e da renovação política no país, aquilo que eu designo a política dos três ”R”.

Vou começar pela reconciliação. Não foi porque tivemos um GURN, a integração parcial dos ex-guerrilheiros da UNITA nas FAA e na Polícia Nacional, a entrada dos Deputados na Assembleia Nacional e a nomeação de alguns Embaixadores, que pode-se afirmar que a reconciliação foi conseguida. Os incidentes de violação dos Direitos Humanos e Constitucionalmente consagrados na Lei Fundamental Angolana, que acontecem diariamente em todas as Províncias de Angola, exemplificam o desrespeito flagrante das autoridades contra o cidadão indefeso. A intolerância política prevalece contra harmonia social que se pretende em Angola. Pode-se dizer, que a Reconciliação dos Angolanos está num marasmo confrangedor.

A Reconstrução Nacional, virou uma negociata em larga escala de betão, condomínios privados, especulação imobiliária e o arremesso da população para os subúrbios das cidades, de forma a permitir o lucro fácil de poucos contra uma maioria que reclama habitação condigna, saneamento básico a porta e dentro de casa, construção de Centros de saúde e Escolas para todos. As estradas e as pontes que se construíram, já estão a espera de obras de melhoria, porque foi necessário mostrar alguma «obra feita» para fins eleitorais, sem olhar a qualidade e a boa gestão financeira das mesmas. As populações deslocadas que foram convidadas a regressar aos seus locais de origem, chegaram lá,…. e voltaram para trás, porque não havia condições de fixação, trabalho e de sustento familiar. Então, a Reconstrução Nacional está aí para «Inglês ver».

A Renovação Política em Angola anda aos soluços, aos zigue-zagues e em várias velocidades ao longo do País. As eleições em 2008, foram o que foram e nem merecem mais comentários. Na actualidade política nacional, o MPLA já não é o POVO e o POVO já não é MPLA. Penso que a maioria dos Angolanos não têm filiação partidária e não vale a pena o maioritário reivindicar a hegemonia política em Angola. Os cidadãos estão ansiosos por uma renovação política, que se baseie em programas políticos que melhorem as suas condições de vida e os dignifiquem na Nação Angolana. Por isso, esta Renovação Política ainda é uma miragem.

A morte em combate do Dr. Savimbi, nos tempos actuais é vista como prematura, no sentido que nos faz falta um Homem com esta têmpera, para guiar-nos num combate ideológico e reivindicativo dos direitos elementares dos Angolanos. Os nossos jovens não conseguem oportunidades de formação académica, profissional e de emprego. A sustentabilidade do emprego depende da adesão ao «cartão e a cartilha» de quem o oferece, a troca sempre de algo com valor material. A sociedade está apreensiva perante a não satisfação das suas necessidades básicas. O caminho é protestar, reivindicar e conquistar tudo aquilo a que têm direito, porque Angola é nossa e não de alguns.

A negociação política é uma boa forma de actuação popular, mas que colide com uma arrogância provocante de quem detêm o poder. Se a guerra militar é impensável a guerra das palavras é uma arma inevitável.

Temos que colorir esta acção popular pacífica, ordeira mas determinada. Ao vestir uma peça de roupa (uma camisa, uma saia, uma calça, um pano ou um boné) branca, estamos a mostrar receptividade para negociar e moderar uma situação conflituosa, somos pela PAZ social; se vestirmos uma peça de roupa azul, estamos a avaliar a situação e queremos resposta para os nossos problemas; se vestirmos de preto, estamos contra as arbitrariedades, a violência contra o cidadão e vamos exigir responsabilidades e mudanças; se a cor escolhida for o vermelho, estamos convictos que podemos mudar a situação e estamos empenhados em fazer valer os nossos direitos; com a cor verde, estamos no caminho certo e unidos venceremos.

Podemos escolher determinados dias do mês para vestirmos uma peça de roupa, com uma determinada cor e estamos a dar um sinal ao regime, do nosso estado de espírito e determinação. Acreditem, que ninguém é perseguido ou molestado por escolher uma cor para se vestir.

O sangue derramado do Dr. Savimbi e por milhões de Angolanos, está na nossa memória colectiva e representa uma luta incansável, pela liberdade, o pluralismo democrático e do Estado de Direito.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Das independências as quedas das ditaduras em África


As décadas de cinquenta e sessenta do século passado foram pródigas em verem nascer as nações independentes em África, resultantes das lutas armadas contra o colonialismo.

Meio século depois, o Mundo assiste a Revolução Popular que atravessa o Norte de África, primeiro na Tunísia, depois no Egipto e agora na Argélia.

Será que este movimento revolucionário e dito espontâneo, vai descer e atravessar o continente Africano?!

Esta é uma questão pertinente, que perturba os ditadores africanos à dezenas de anos no poder, com ou sem eleições fraudulentas ou encobertos por constituições feitas a medida.

Neste mundo, globalmente formatado por regimes democráticos em alguns continentes, o Africano sempre chegou em último lugar, no que diz respeito a liberdade e a salvaguarda dos direitos elementares dos cidadãos. É por isso, que passados 50 anos, os africanos cansados de acreditarem que os países mais desenvolvidos os pudessem salvar das oligarquias ditatoriais africanas, que nem matacanha entranhada no pé do cidadão, que tem de ser espremida para o pé sarar de muitas feridas acumuladas, no caminho espinhoso da democracia e do estado de direito.

Irmãos, quando o vento sopra a favor, só temos que aproveitar e ir-mos ao sabor do vento, antes que a calema chegue e nos traga novamente o desespero de um espaço e de um tempo, em que nada acontece e que limitamo-nos a esperar, sem saber bem o quê…!

Mas, se nesta Angola amada por todos e abençoada por Deus, existe democracia e o respeito pelos direitos humanos, nada a que temer. O Povo é sereno, pacífico, paciente e acredita num amanhã, por mais longínquo que ele seja.

Em Angola, quem Governa também está ciente de que o faz na satisfação das necessidades básicas do cidadão, servindo-o e disponibilizando as riquezas nacionais para dignificar a vida dos Angolanos.

Perfeito!... estamos todos em sintonia e satisfeitos e quem disser o contrário, por certo abriu de mais os seus olhos e está a ver uma outra realidade, que na névoa do despotismo encontra-se encoberta por uma minoria de «barrigas cheias».