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sábado, 31 de janeiro de 2015

OUÇA A Radio Angola: 6ª Edição do Resumo Semanal das Noticias sobre Angola



Eis os temas abordados na 6ª Edição do RESUMO SEMANAL da Rádio Angola em 31-01-2015 – apresentado por Serafim de Oliveira e análises e comentários de Carlos Lopes:

1 – O excesso de presos nas prisões e a fuga dos mesmos.

2 – A dificuldade de aplicar a Justiça em Angola.

3 – Os problemas do Executivo Angolano em tomar medidas eficazes para ultrapassar a baixa de receitas petrolíferas.

4 – A Oposição Partidária Angolana tem a oportunidade de intervir conjuntamente perante a situação adversa que se vive no país.

5 – A diplomacia internacional do Presidente de Angola na RDC e o papel de Angola no Conselho de Segurança da ONU.

Perguntas e sugestões podem ser enviadas para info@friendsofangola.org. A Rádio Angola – uma rádio sem fronteiras – é um dos projectos da Friends of Angola, onde as suas opiniões e sugestões são validas e respeitadas!

PARA OUVIR : http://www.blogtalkradio.com/radioangola/2015/01/30/radio-angola-6-edio-do-resumo-semanal-das-noticias-sobre-angola-1

As focas e as rochas que contribuíram para o colapso da Escom



“”(…)  Uma sucessão de problemas acabou por trazer dificuldades à Escom, sociedade do Grupo Espírito Santo em Portugal. O relato foi feito pelo presidente Hélder Bataglia.
A Escom, empresa com serviços em Angola detida em 67% pelo Grupo Espírito Santo e em 33% pelo empresário Hélder Bataglia, enfrenta neste momento dificuldades. Não foi vendida até porque, a dado momento, deparou-se com vários problemas. Que, segundo o sócio e administrador, são geológicos.

Na comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES e do GES, Bataglia optou por não fazer uma intervenção inicial. Foi em resposta à deputada bloquista Mariana Mortágua que percorreu o caminho vivido pela Escom, constituída em 1993.

Em Angola, houve vários negócios da Escom – que herda o nome de Espírito Santo Comercial, segundo havia relatado outro administrador da mesma, Luís Horta e Costa – que correram mal.

Em 1997, entraram numa parceria com a Parmalat para a área da distribuição. A Parmalat faliu. "Um grande contratempo. Ficámos amputados".

Também havia o negócio da aviação civil que, segundo Bataglia, foi um "sucesso" durante os tempos de guerra em Angola. "Com o tempo de paz, a empresa não fazia sentido". O transporte de carga poderia passar a ser feito por estradas, não precisava de ser feito por via aérea.

Outro problema ocorreu na operação das pescas. "Descontinuámos devido a um ponto de vista ecológico". A culpa foi das focas. Luís Horta e Costa já tinha relatado esta questão: "tínhamos um problema porque, sempre que tínhamos os peixes prontos, apareciam as focas a comê-los".

Avançou-se, depois, para "sectores ainda mais estratégicos", como a mineração, onde havia parceiros. A Alrosa era um deles, com a qual se fizeram estudos que prometiam boas perspectivas. Contudo, a sociedade encontrou um "problema geológico na mina ao chegarem aos 150 metros, chegámos a uma rocha estruturante, impossível de ultrapassar".

Também a ligação à BHP verificou um contratempo: houve um acidente com um helicóptero que vitimou várias pessoas, que obrigou a um reconhecimento de perdas da operação por parte da parceira. Neste caso, as nem todas as prospecções de concessões foram aproveitadas.

A Escom, ligada à prospecção de diamantes e que também assessorou o consórcio alemão que vendeu submarinos ao Estado português, continuou com várias actividades e esteve para ser vendida à Sonangol em 2010 – o que nunca se concretizou até 2015, embora ainda não tenha sido explicado porquê. Neste momento, disse Bataglia, a empresa precisa de capitalização para prosseguir o seu trabalho - dado que o sócio majoritário está falido e desde 2005 já vinha dito à Escom que não a podia capitalizar. 
“” – FONTE : JORNAL  DE  NEGÓCIOS

Analistas Situação económica em Angola agrava problemas da banca



“”(…)  Pedro Lino, presidente da DIF Brokers, afirmou à Lusa que devido à baixa dos preços do petróleo, principal fonte de receitas do Estado angolano, o país vai ter muita dificuldade em pagar obras já iniciadas e terá de suspender outros investimentos programados, o que se está a refletir no valor da dívida soberana. "Há empresas construtoras [em Angola], que foram pagas com dívida angolana e já estão a oferecer essa dívida quase com 50% de desconto", indicou hoje este responsável à Lusa, acrescentando que "o risco de não pagamento da dívida é grande".

Por outro lado, com maiores riscos de incumprimento nos pagamentos da parte das empresas angolanas, os bancos portugueses diretamente presentes no país "vão ter também muitos problemas", acrescenta.
No caso do BPI, a essas dificuldades juntam-se os problemas que foram criados pela recente decisão das autoridades europeias sobre a avaliação do risco em Angola.
A exposição indireta do BPI ao Estado angolano e ao Banco Nacional de Angola (BNA) vai passar a ser avaliada pelas regras comunitárias a partir de 2015, ficando acima do limite dos grandes riscos, anunciou em dezembro passado o grupo liderado por Fernando Ulrich.

Em causa estão títulos de dívida pública detidos pelo Banco de Fomento Angola, participado pelo grupo financeiro português, e ainda reservas mínimas de caixa e outros depósitos e reportes também do banco angolano, indicou o BPI em dezembro, num comunicado enviado aos mercados.
Com a aplicação dos novos ponderadores, a partir de 2015, os riscos atribuíveis ao grupo pela exposição ao Estado angolano aumentam para 3.616 milhões de euros e pela exposição ao BNA para 1.297 milhões de euros.

Questionado sobre a estratégia que o BPI poderá adotar face à situação económica em Angola e à exposição ao risco que neste momento enfrenta, Pedro Lino considerou que "em última análise vai ocorrer um aumento de capital para manter a exposição". "Essa é uma opção preferível para os acionistas, quando a dívida angolana está a ser transacionada a quase metade do preço", sublinhou.
Já a eventual aquisição do Novo Banco, que tem estado no horizonte do grupo, pode ficar dificultada, uma vez que "é um esforço adicional em que seria sempre preciso um aumento de capital de grandes dimensões", a juntar às necessidades criadas pela necessidade de adequar a situação do banco às novas regras decididas pelo BCE.

Mas não é só o BPI, ou mesmo os outros bancos com presença direta em Angola, como o BCP, que ficam afetados pela situação económica no país. "O fluxo de dinheiro angolano para Portugal vai desaparecer, tal como todo o investimento em empresas portuguesas e os 'vistos gold', por exemplo", alertou o presidente da DIF Brokers.
Já Filipe Garcia, economista da IMF-Informação de Mercados Financeiros, avisou que devido à entrada de menos divisas em dólares, "neste momento há algumas dificuldades em aceder a moeda estrangeira em Angola, pelo que os bancos portugueses a operar no país têm mais dificuldade em intermediar operações financeiras e nas transferências internacionais".
Quanto à questão que o BPI enfrenta, Filipe Garcia entendeu que "a questão de sair de Angola não pode fazer parte do cenário atual", uma vez que muita da rentabilidade do grupo liderado por Fernando Ulrich tem origem no país. Esse pode ser também um obstáculo a um eventual 'spin-off' da participação angolana para fora do universo do banco em Portugal, sublinhou.

A alternativa para os acionistas do BPI é "recapitalizar o banco" ou "tentar comprar outra instituição", afirmou o economista, referindo-se ao Novo Banco. Filipe Garcia acredita que dessa forma, a exposição ao risco angolano ficaria mais diluída no balanço do grupo.
De acordo com os resultados de 2014 hoje anunciados pelo BPI, o grupo registou prejuízos de 161,6 milhões de euros, face aos lucros de 66,8 milhões de euros obtidos em 2013. Esta divulgação de resultados ocorreu já após o fecho dos mercados, numa sessão bolsista que ficou marcada por uma descida de 5,31% das ações do grupo financeiro. “” – FONTE :  NOTÍCIAS AO  MINUTO

Angola suspende construção de estradas por causa da crise do petróleo



“”(…)  A posição foi transmitida em Luanda pelo ministro da Construção, Waldemar Pires Alexandre, num encontro com empreiteiros nacionais e estrangeiros. Segundo o ministro, o Governo definiu como prioritários para o ano em curso projetos financiados por iniciativas privadas

A construção de novas estradas e de equipamentos da área social previstos para este ano em Angola está suspensa, devido à crise financeira que o país atravessa com a quebra das receitas petrolíferas, anunciou fonte do Governo.

A posição foi transmitida em Luanda pelo ministro da Construção, Waldemar Pires Alexandre, num encontro com empreiteiros nacionais e estrangeiros, para abordar a situação.

Segundo o ministro, o Governo definiu como prioritários para o ano em curso projetos financiados por iniciativas privadas.

«As nossas prioridades vão incidir concretamente nos projetos financiados com recursos assegurados», disse o governante, recordando que o Presidente José Eduardo dos Santos, no seu discurso de fim de ano avisou que alguns projetos seriam adiados.

O titular da pasta da Construção sublinhou que os projetos de construção de estradas e de construção de equipamentos sociais, que não identificou quais, fazem parte das restrições.

Em outubro do ano passado, o chefe de Estado angolano anunciou que a quebra nas receitas petrolíferas da exportação do petróleo levaria ao adiamento da meta de construção de 63 mil salas de aulas, inicialmente apontada para três anos.

O ministro da Construção adiantou que os projetos que deverão ter o suporte da componente dos recursos ordenados do Tesouro, vão aguardar até que se mobilizem recursos necessários à sua implementação.

«Mas podemos ainda contar com a criatividade e o empreendedorismo no nosso setor, no sentido de podermos alocar recursos provenientes da iniciativa privada, através de financiamentos quer externos ou internos, para o suporte desta atividade», acrescentou Waldemar Pires Alexandre.

O governante angolano sublinhou que na hierarquia de prioridades, os projetos da área social mantêm-se à frente da lista.

A visibilidade de empresas e da engenharia portuguesa é patente pelo seu envolvimento em projetos de obras públicas emblemáticas em Luanda, designadamente a recuperação da Fortaleza de São Miguel, concluída pela Soares da Costa, e as obras ainda em curso de construção do novo edifício da Assembleia Nacional, a cargo da Teixeira Duarte, e a requalificação da marginal de Luanda e da ilha do Cabo, do consórcio Mota Engil/Soares da Costa. “” – FONTE : TVi

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Crise angolana ameaça nove mil empresas portuguesas



“”(…)  A queda do preço do petróleo fez abanar os alicerces da economia angolana e está a contaminar as milhares de empresas portuguesas que têm relações comerciais com o país.

É o efeito dominó. A queda do preço do petróleo fez  abanar os alicerces da economia angolana, vai derrubando peças e está a contaminar as milhares de empresas portuguesas que têm relações comerciais com o país.

O Governo angolano já começou a limitar  as importações, irá parar alguns dos projectos  de  obras públicas e  mostra a intenção de diversificar a economia. Em paralelo, começam a escassear dólares no mercado e o Banco Nacional de Angola já está a aplicar restrições na cedência de divisas à banca comercial.

Este efeito dominó não se esgota aqui. Os bancos portugueses com actividade em Angola vão ressentir-se do aperto da economia e os milhares de portugueses expatriados em Angola já estão a sentir dificuldades em transferirem dinheiro para Portugal.  A TAP já pôs trancas à porta e deixou de aceitar kwanzas (moeda angolana) para o pagamento de viagens entre Lisboa e Luanda.

O "exercício de austeridade" que terá impactos significativos para muitas empresas nacionais foi anunciado a 29 de Novembro pelo ministro das Finanças angolano, Armando Manuel, numa nota publicada no site do Ministério. Os primeiros efeitos começam agora.

Petróleo
O motor angolano avariou

O preço do petróleo foi o rastilho que fez rebentar o " exercício de austeridade" em Angola, anunciado a 29 de Novembro pelo ministro das Finanças, Armando Manuel. "Este quadro [preços do petróleo baixos] demandará para a economia angolana um exercício de austeridade e repriorização na despesa pública, para assegurar a sustentabilidade da agenda de desenvolvimento, assim como demandará uma acentuada racionalidade da parte de todos os agentes económicos (incluindo as famílias e empresas)", explicou o governante.

Inicialmente, Angola tinha previsto no Orçamento do Estado para 2015 receitas provenientes do petróleo, na permissa de 81 dólares o barril. Em Fevereiro, fará um orçamento rectificativo onde esse valor se situará nos 40 dólares.

O petróleo é o motor da economia angolana, vale 45% do PIB, capta uma boa fatia do investimento estrangeiro, é responsável por 98% das exportações e 80% das receitas fiscais. A venda de petróleo rendeu, em 2013, 72,6 mil milhões de dólares (64,2 mil milhões de euros). A diminuição destas receitas faz baixar a quantidade de dólares disponíveis em Angola.

Previsões
Economia cresce pouco

O Governo de Angola estimava, para 2015, um crescimento económico de 9,7%. Esta previsão foi totalmente atropelada pela queda do preço do petróleo e vai ser revista em baixa. A agência de notação financeira, Fitch, prevê agora um crescimento de apenas 3% e avisa que a actual situação do país poderá forçar a uma revisão do "rating" atribuído, caso o país não tome medidas tendentes a cortar a despesa.

A Fitch atribui actualmente a Angola um "rating" BB- com perspectiva de evolução estável. "o sector não petrolífero vai sofrer o impacto da falta de dólares e da redução da despesa pública" alertou Carmen Altenkirch, directora de análise do crédito sobreano da Fitch, em declarações à agência Lusa. A desvalorização do brent vai fazer com que Angola perca 12,3 mil milhões de euros em receitas petrolíferas assumiu quarta-feira o ministro das Finanças angolano, Armando Manuel. Um relatório da OCDE de 2015 estimava para Angola um crescimento de 8,8% em 2015, baseando-se essa previsão nos grandes investimentos em infra-estruturas públicas, alguns dos quais serão agora suspensos.

Importações
Governo limita compras ao exterior

Angola decidiu, quarta-feira, impor limites à importação de produtos que constituem a chamada cesta básica, que ronda os 2 milhões de toneladas. O Governo explica esta medida com a necessidade de "reduzir paulatinamente" a compra ao exterior de produtos como o óleo, a farinha, o arroz e o acúcar. Foram também impostas quotas para produtos como os ovos e as bebidas. Estes tipos de produtos representaram, segundo o jornal Público, 207 milhões de euros nas exportações portuguesas entre Janeiro e Novembro do ano passado, um valor que equivale a cerca de 30% do total do comércio internacional de bens agrícolas e alimentares para Angola.

Só as exportações de cervejas de Portugal para Angola valerão cerca de 150 milhões de euros. "Estamos a tentar perceber o impacto desta medida. Vamos analisar nos próximos dias, mas estamos apreensivos", comentou Paulo Gomes, director para Angola do grupo Central de Cervejas, em declarações à agência Lusa.

Industrialização
Os projectos para mudar o país

O Governo de Angola prometeu uma diversificação da economia do país, mesmo antes da descida do preço de petróleo. Em Outubro de 2014, o ministro da Economia, Abrãao Gourgel, anunciou um plano com este objectivo avaliado em 22,7 mil milhões de dólares (20 mil milhões de euros), cobrindo 26 projectos com prazos de execução entre os 18 e 24 meses.

As sete áreas cobertas por estes projectos eram a agro-indústria e alimentação, a indústria extractiva, a cadeia produtiva de petróleo e gás natural, serviços, energia e águas, transportes e logística. Gourgel salientou na altura, na Assembleia Nacional, que os investidores privados teriam de mobilizar recursos no exterior para suportas aquele montante de investimento.

Construção
Estradas e saúde podem ajudar

As estradas e o sector da saúde vão escapar aos cortes que o Governo de Angola será obrigado a fazer na despesa pública por força da queda do preço do petróleo. Estas duas áreas vão permanecer na lista dos projectos prioritários das autoridades angolanas, o que garante uma protecção relativa às empresas portuguesas envolvidas neste género de obras. Contudo, as construtoras vão sentir atrasos nos pagamentos, uma situação recorrente em Angola.

A conversão das receitas de kwanzas para dólares e o seu expatriamento para Portugal será um problema crescente, face à falta de divisas no mercado. Existe também a possibilidade do Estado angolano pagar parte das suas dívidas em títulos do tesouro, repetindo uma fórmula já usada em 2011, depois de  ter recuperado alguma normalidade em termos de pagamentos.

Angola é, de longe, o maior mercado das construtoras portuguesas, representando 38% do total da actividade fora de Portugal. Em 2013, o volume de negócios registado neste país foi de 2 mil milhões de euros. O segundo maior mercado é a Venezuela, representando apenas 9% da actividade no exterior.

Exportações
Tempos difíceis para milhares de empresas

As limitações às importações impostas pelo Governo de Luanda podem afectar a actividade de muitas empresas nacionais. Segundo dados da AICEP existem nove mil empresas portuguesas a exportar para Angola.

Empresas dos sectores agro-alimentar e das bebidas deverão ser penalizadas pelas barreiras que estão a ser levantadas pelas autoridades angolanas. Angola é o quarto principal destino das vendas de Portugal para o exterior, atrás da Espanha, Alemanha e França.

Até Novembro de 2014, as exportações para Angola atingiram os 2,9 mil milhões de euros, representado 7% do total das vendas portuguesas para o exterior. Em 2013 as exportações para Angola haviam aumentado 4% e em 2012 atingiram um crescimento recorde de 28%.   

Aviação
TAP deixou de aceitar kwanzas

A TAP condicionou, desde segunda-feira, a emissão de bilhetes em Angola. Assim, naquele país, a venda de bilhetes será restrita às viagens de rotas a iniciar em Luanda. Esta medida tem efeitos desde esta segunda-feira, 26 de Janeiro. Deste modo, um passageiro que pretenda fazer uma viagem a partir de Lisboa ou de outro ponto de origem em voos TAP – exceptuando Luanda – já não poderá comprar a sua passagem na capital angolana.

"É uma decisão meramente comercial", tomada perante o crescimento da emissão de bilhetes em Angola para viagens a iniciar em Lisboa, explicou ao Negócios o porta-voz da empresa. Particulares e empresas estavam a pagar em kwanzas na delegação da TAP em Luanda, viagens com origem em Lisboa. Assim, o pagamento na moeda angolana deixou de ser aceite para voos Lisboa-Luanda.
A medida foi uma forma de a TAP se salvaguardar das crescentes limitações impostas às exportações de capitais e da escassez de divisas estrangeiras em Angola. A TAP realiza um voo diário entre Lisboa e Luanda. Uma viagem ida e volta entre as duas cidades, em classe turística, ronda os 1.150 euros.

Banca
Procura de crédito deve abrandar

A desvalorização do preço do petróleo e as suas consequências para a economia angolana terão como resultado provável um abrandamento da procura de crédito bancário no país. Uma evolução que poderá condicionar os resultados dos bancos a operar em Angola, designadamente das instituições controladas por grupos portugueses, como o Banco de Fomento Angola, do BPI, e o Millennium Angola, controlado pelo BCP. Isto porque a redução da concessão de crédito deverá penalizar os juros cobrados pelos bancos.

Outro dos efeitos da deterioração económica de Angola poderá ser um aumento do crédito com incumprimento. Uma subida do malparado exigirá um reforço do esforço de provisionamento, o que também terá implicações negativas nos resultados dos das instituições bancárias, já que terá maior peso nas contas.

Também a desvalorização do kwanza pode penalizar as contas dos bancos portugueses que controlam instituições angolanas, uma vez que parte dos resultados, que já serão menores, gerados deverá ser consumida pela diferença cambial.

Expatriados
Transferir dinheiro está complicado

Oficialmente, existem 150 mil expatriados portugueses a trabalhar em Angola em áreas diversas que vão da construção à banca, passado pela comunicação social. Existem, contudo, estimativas não-oficiais que apontam para a presença de 200 mil portugueses em Angola. 
Com a escassez de dólares no mercado, os expatriados estão a ter dificuldade em transferir dinheiro para Portugal. Victor Jorge, um português a viver em Luanda, contou ao Negócios que fez uma transferência bancária a 19 de Dezembro de 2014 e que a mesma, até agora, não havia sido concretizada. Esta situação vai também complicar a situação de famílias a residir em Portugal que dependem do dinheiro enviado por estes expatriados. 
António (nome fictício) de um professor universitário que conversou com o Negócios a 20 de Janeiro prognosticava: "vai haver um período de alguma anormalidade, o que não é inédito em Angola. O investimento público vai deixar de existir e irão surgir dificuldades nos pagamentos". “” – FONTE : SÁBADO